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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Aquecimento global


O aquecimento global pode parecer demasiado distante, ou demasiado incerto, para com ele nos preocuparmos – semelhante a qualquer previsão feita pelas mesmas técnicas informáticas que muitas vezes nem conseguem acertar no boletim meteorológico da semana seguinte. Mas que a Terra está a aquecer, isso é um facto. Resta saber quanto desse aquecimento se deve ao Homem? Texto de Tim Appenzeller e Dennis R. Dimick; Fotografias de Peter Essick

Num dia gelado de Inverno, uma pessoa até pode pensar que uns grauzitos de aquecimento nem seriam má ideia de todo. E que ninguém tenha dúvidas: os avisos sobre as alterações climáticas podem soar como uma táctica de amedrontamento por parte dos ambientalistas, com o fito de nos forçarem a abandonar os nossos carros e a manietar o nosso estilo de vida. Reflexões que nos sossegam, talvez. No entanto, se ler “Sinais Geológicos” verá que a Terra nos transmite notícias perturbadoras. Do Alasca aos picos suíços, no momento em que falamos, o mundo está a aquecer. Em termos globais, a temperatura elevou-se 0,6° C ao longo dos últimos cem anos, mas os lugares mais frios e mais longínquos aqueceram muito mais. Os resultados não são de alegrar: o gelo derrete, há rios com o leito seco e a erosão flagela as orlas costeiras. A flora e a fauna ressentem-se também do calor, como poderá ler em “Sinais Ecológicos”. Isto não são previsões, mas factos observáveis. Calma aí, dizem alguns cépticos. Sabe-se bem que o clima é inconstante: há mil anos, a Europa era mais quente e cultivava-se a vinha em Inglaterra e há 400 o clima esfriou e o Tamisa congelou várias vezes. Não será que o aquecimento actualmente em marcha poderá ser apenas mais um capricho da natureza, uma coisa passageira? Não contem com isso, dizem os especialistas em assuntos climáticos. É verdade que os ritmos naturais do clima podem explicar alguns dos sinais de aquecimento referidos. Mas a febre que nos afecta à escala planetária tem outra origem. É quase certo que a actividade desenvolvida pelas sociedades humanas foi responsável pelo aquecimento registado ao longo do século que passou, como se pode ler no relatório fundamental apresentado em 2001 pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), das Nações Unidas. As temperaturas globais estão a subir mais rapidamente do que em qualquer outra época dos últimos mil anos e os modelos climáticos demonstram que as forças da natureza – por exemplo, erupções vulcânicas e o ciclo de manchas solares – não bastam para explicar todo o aquecimento observado. Enquanto o CO2 continuar a subir, o mesmo sucederá ao mercúrio – mais 1,5º C a 5,5º C até ao final do século, segundo as previsões do IPCC. Mas o aquecimento poderá não ser progressivo. Os registos do clima da antiguidade descritos em “Sinais Temporais” indicam que o planeta possui um termóstato que funciona aos solavancos. Alguns peritos temem que o aumento da temperatura actualmente verificado possa acelerar, desencadeando um desequilíbrio climático devastador. Continuar a perturbar o ciclo natural do planeta não é coisa sensata.


http://www.nationalgeographic.pt/articulo.jsp?id=1212437

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