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quarta-feira, 9 de abril de 2008

Fábrica alemã vai fazer etanol com sobras de queijo


Uma fábrica de laticínios alemã vai aproveitar restos de queijo para produzir etanol. A empresa Müllermilch apresenta nesta quarta-feira as instalações de onde, a partir do fim do ano, deverão sair litros e mais litros de um derivado do leite até agora inusitado.


O combustível será feito de sobras de produção que antes eram jogadas fora.
Os responsáveis pela companhia garantem que o método utilizado para produzir álcool a partir de laticínios é novidade internacional. “Desenvolvemos um processo único no mundo para gerar etanol do permeado do soro de leite”, afirma Stefan Müller, gerente-geral do grupo Theo Müller, proprietário da marca.
A indústria vai, assim, reprocessar o soro produzido no processo de manufatura do queijo, convertendo em biocombustível o que antes ia parar no lixo.
A usina está sendo construída nas instalações da empresa em Leppersdorf, no sudoeste da Alemanha, com investimento de cerca de 20 milhões de euros (aproximadamente R$ 51,5 milhões).


Negociações em andamento


A unidade deverá gerar, anualmente, 10 milhões de litros de etanol, que serão vendidos a usinas de biocombustível dispostas a complementar seus estoques. As negociações com possíveis compradores ainda estão em andamento.
A produção não é das maiores, mas tem rentabilidade garantida, diz Müller. “As sobras de queijo são, para nós, matéria-prima de custo praticamente nulo, o que nos torna bastante competitivos e também independentes dos preços do mercado de cereais”, afirma Müller, referindo-se ao fato de que a maior parte do etanol europeu é extraída de grãos.
O etanol de leite é gerado a partir da fermentação do permeado do soro, substância que sobra do soro do queijo, depois que ele é separado de proteínas e lactose.
Após a destilação, onde são extraídos água e minerais, o material se transforma em álcool já pronto para ser usado como combustível, com 99,8% de pureza.


Vantagem


De acordo com a marca alemã de laticínios, o etanol de leite tem outra vantagem em relação ao álcool produzido tradicionalmente, a partir de vegetais, quando se leva em conta o impacto no meio ambiente.
Embora a quantidade de gás carbônico liberada na fermentação da cana-de-açúcar, por exemplo, seja a mesma que a absorvida pela planta, a balança ambiental é desequilibrada pelo gasto de energia necessário no restante do processo de produção do combustível, diz Müller.
“Já no nosso caso, não é preciso transformar a biomassa em produto rico em carboidratos. Além disso, empregamos em nossa fábrica grande parte do gás carbônico originado da fermentação”, afirma Müller.
“O processo inteiro transcorre sob os máximos padrões de segurança, com total separação da produção de alimentos”, diz.

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