Bem Vindo ao Blog de Biologia do Pedro Carvalho
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quinta-feira, 20 de março de 2008

"Cocktail do dia seguinte" para sexo sem protecções, jovens tomam remédios anti-VIH


Assim como a chamada pílula do dia seguinte é usada para evitar uma gravidez indesejada, existe o cocktail do dia seguinte contra a SIDA. O tratamento consiste em ingerir de dois a seis comprimidos, durante um mês, para prevenir a infecção. É indicado principalmente para mulheres estupradas(violadas) e médicos que estiveram em contato com sangue de pacientes contaminados. Agora outro público tem recorrido ao medicamento: jovens que fazem sexo casual sem preservativo.


O cocktail anti-sida é usado durante toda a vida por pacientes com a doença. O HIV se aloja principalmente nos linfócitos CD4, células que comandam o sistema imunológico. Os remédios impedem a proliferação dos CD4 e devem ser tomados até 72 horas depois do contágio – depois desse período a multiplicação no intestino é rapidíssima.

Existe um risco ainda maior em relação ao cocktail: o de que seja usado como método preventivo, antes mesmo do sexo. Pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, ministraram o cocktail a ratos geneticamente modificados, com sistema imune idêntico ao humano. Depois submeteram as cobaias ao vírus. Nenhum foi infectado, diz a revista científica PLoS Medicine.

Não há, no entanto, garantia nenhuma do mesmo resultado em seres humanos. A principal arma contra o VIH ainda é a prevenção. “Infelizmente não vemos esperança em encontrar uma vacina contra a sida”, disse o biólogo David Baltimore, presidente da Associação Americana para o Avanço da Ciência, na abertura da reunião anual da entidade, na semana passada, citado pela BBC. O VIH encontra inúmeras maneiras de enganar o sistema imunológico. Mesmo sem muita perspectiva, garante Baltimore, as pesquisas prosseguirão.

terça-feira, 11 de março de 2008

Estudo usa verme vivo para tratar e prevenir alergias


Cientistas irlandeses acreditam ter encontrado uma forma de prevenir e tratar alergias usando vermes parasitas.


Uma pesquisa apresentada no Festival de Ciência da Associação Britânica, em Dublin, mostra pela primeira vez que o uso de vermes vivos conseguiu curar asma em ratos.
Segundo o autor da pesquisa, Padraic Fallon, do Trinity College de Dublin, o uso de vermes pode servir para induzir o sistema imunológico a se concentrar no combate a uma ameaça maior e deixar de lado as ameaças menores que provocam as reações alérgicas.
A incidência de asma e de outras alergias aumentou quase três vezes nos últimos trinta anos em muitos países desenvolvidos.
Os cientistas acreditam que isso pode ser resultado das mudanças significativas no estilo de vida, como a mudança do campo para as cidades e até mesmo a redução no tamanho das famílias.
A lógica por trás dessa teoria é a de que as pessoas no mundo desenvolvido não estão mais expostas a elementos patogênicos como vírus e bactérias, então seus corpos reagem a outras ameaças menores.


Sistema ocupado


"Nos países da África, por exemplo, o sistema imunológico [das pessoas] está muito ocupado lidando com os vermes para se ocupar em reagir aos ácaros. Em uma sociedade desenvolvida, o sistema imunológico está procurando coisas com as quais reagir", diz Fallon.
Segundo ele, o sistema imunológico se desenvolveu para reagir a vermes, mas "de repente não existem mais vermes lá". "Então ácaros, amendoins ou qualquer coisa que provoque alergias ocupam o sistema imunológico, que então reage e provoca doenças", diz.
Em seu estudo, Fallon deu aos ratos – que foram geneticamente modificados para desenvolver alergias facilmente – um verme de esquistossomose vivo. O parasita infecta cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo.
Como resultado da experiência, os ratos utilizados no estudo ficaram protegidos contra a asma.
A pesquisa ainda está em um estágio inicial, mas a idéia de Fallon é extrair dos vermes as móleculas que provocam a resposta imunológica e utilizá-las para tratar ou prevenir doenças.